domingo, 3 de abril de 2011

Ex- nucleoless

Acho que passei 40 anos da minha vida me sentindo uma estranha no ninho, uma pessoa que não pertencia a lugar nenhum e nem mesmo sentia empatia com a maioria das pessoas. Me achava esquisita, estranha e acima de tudo solitária.

E devido a este sentimento fui buscar terapia a qual faço até hoje, em todos os momentos a sensação de solidão me perseguia. Era quase uma solidão de alma, um sentimento profundo que gerava em mim uma raiva e  uma forma de me conectar com o mundo rude e muitas vezes agressiva. Só quem conseguia ultrapassar esta barreira, eu mostrava o meu lado doce e amável... Imaginem que quase niguém... E olha que tentaram

Imaginem que este comportamento só afastava as pessoas de mim, e o sentimento de solidão aumenta cada vez mais... E assim por 40 anos eu me senti uma pessoa incapaz de forma um núcleo, porém isso é só um sentimento e não a realidade,. É somente uma perspectiva na vida.

Depois de 20 anos de terapia, olha que suados.... Percebo que o meu problema não é de formar um núcleo e sim reconhecer que o meu núcleo é bem amplo..  Que tenho um amor enorme pela minha família, pais, irmãos, sobrinhos, pelos meus amigos e pelas pessoas que trabalham comigo e isso  faz com que meu núcleo não seja pequeno e sanguíneo, mas querido e amplo.

Acho que o meu sentimento de liberdade, de autonomia e a minha vontade de voar, fez com que o meu núcloeo fosse enorme, a única diferença é que o meu contato com estes núcleo não seja constante e continuo e de 24 horas, mas sim verdadeiro e presente e ligado por um sentimento muito forte.

Nesta história de nucleoless, percebo que o que realmente importa não é a proximidade e sim a força das relações, o carinho e amor que temos pelas pessoas que nos cerca, o quanto você demonstra e recebe o que realmente importa nesta vida.

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